MATÉRIA JÁ PUBLICADA, REQUENTADA EM FOGO BRANDO

DALANHOL É NOME DE REMÉDIO PARA PRISÃO DE VENTRE

CURITIBA (“RITIBA” quer dizer “DO MUNDO”) – Um certo procurador, vive procurando a verdade e, a exemplo do grego Diógenes, nunca a achou – embora afirme que encontrou, só que não tem prova. A única verdade verdadeira está na pré-história de sua autobiografia não autorizada.

Ela principia com a vida na progressista cidade de Pixoxó do Miririm, encrustada nos rincões distantes do país Paraná Menor, quando um pequeno rebento viu, pela vez primeira, a luz do dia. Reza a lêndea que o tal bebê nascera enturido (pra quem não sabe, trata-se do portador de uma prisão de ventre da goitana). A mãe e a parteira tentaram de um tudo para desentupir o bichinho. De desentupidor de pia a cabo de vassoura e sabugo de milho tentaram de um tudo. E nada! O recé-nascido foi inchando, inchando até quase explodir.

Eis que, numa chuvosa manhã de sol, vai passando um conhecido charlatão. Ele vendia mezinhas para um tudo que atazane a existência de um vivente. O desinfeliz dizia curar de espinhela caída a unha encravada, de farnizim na natureza a ronco dentro do juízo…
Foi aí que a genitora contou o que estava ocorrendo com o tal rebento. Sem pestanejar, o curandeiro destampou um litro, contendo uma estranha mistura oleosa, a qual chamou de Dalanhol, e empurrou fiofó a dentro do bebê.

Não deu um minuto e o efeito da beberagem se fez sentir. Parecia o Vesúvio em erupção. Era bosta a dar no boné. O mar de merda invadiu a casa, a vizinhança e as ruas do povoado. Até o charlatão deu no pé, todo melado.

E em homenagem àquela mezinha milagrosa, a genitora resolveu batizar o rebento com o nome do cachete: Dalanhol. E este início jamais o abandonou. Passadas décadas e decagadas, Dalanhol continua a fazer merda pela vida afora.