BREVE HISTÓRICO DO PAPA-FIGO
E ASSIM SE PASSARAM MAIS DE 30 ANOS
No princípio era o verbo. Depois vieram os substantivos, os adjetivos e os palavrões. Me
lembro como se fosse amanhã. Numa chuvosa manhã de sol de agosto de 1984, três imberbes
jovens papeavam numa mesa de bar.
“Vamos fazer uma sacanagem?”, sugeriu Bione. “Já sei: criar um jornal”, deduziu Teles. “Que vai
se chamar Papa-Figo”, concluiu Ral. E assim estava criado o mais antigo jornal de humor da
América Latina – depois do Diário de Pernambuco, é claro.
E já se vão 32 anos de muita greia, sempre botando o dedo na ferida dos poderosos, num
jornalismo corajoso, vibrante e latejante.
Hoje, é certo, Bione não conta mais com a companhia de Ral nem de Teles, que preferiram
empregos mais seguros e lucrativos. Em compensação chegaram figuras ímpares para
enriquecer nosso plantel, como Ivan Pé-de-Mesa, o repórter pau-pra-toda-obra; Eva Gina dos
Prazeres, nossa secretária de cama, mesa e banho; e Zeferino Cascagrossa, nosso
correspondente no Planalto Central.
Esperemos que o Papa-Figo velho de guerrilha dure mais 320 primaverinhas. Quem viver, rirá.
Bione, fundador, editor, redator e office-boy.