As forças bem-armadas desembarcam no morro da Rocinha. À frente, o ministro Raul Bundmann

 

RIO DE JANEIRO (Continua Lindo) – Com a missão de combater os bolsões de pobreza no Rio, o presidente Merdel Temer acaba de enviar batalhões de terra, mar e ar à Cidade Maravilhosa. Os de terra vão atuar na terra, os de mar vão atacar no mar e os do ar vão combater no ar.

Ao som de fanfarras militares e muito funk, além de tiros de bazuca, granada e tresoitão, os valentes homens de verde-oliva, azul e branco e azul marinho foram recebidos no Complexo da Rocinha a fim de começarem a cumprir sua árdua missão.

Logo após seu triunfante desembarque, nossos pracinhas começaram a entrar em ação, prendendo e arrebentando quem atravessasse a sua frente, não dando chance à pobreza de se
defender com suas armas químicas e altamente letais, como sarampo, meningite e febre
amarela.

RAUL BUNDMANN – De Brasília, o ministro das Forças Bem-armadas, Raul Bundmann, defendeu a Operação Caça-Pobre. Como sempre, sério que só um gato cagando, Bundmann falou ao repórter Ivan Pé-de- Mesa. “Pobre é o maior pé-frio. Onde chega a merda dá no capacete”, garante ele. “Ninguém nunca ouviu que neguinho morre de fome na Holanda nem de febre tifo na Suíça. Sabe por quê? Porque lá não tem pobre”. Perguntado pelo repórter por que nos Estados Unidos, apesar de ser um país rico da bexiga, tem tanta catástrofe, como vendavais, maremotos e furacões, ele foi peremptório: “Elementar, meu caro repórter, o
motivo é a proximidade com o México, que tem pobre que só a goitana. E ainda por cima vive recebendo carradas de pobres brasileiros que querem atravessar a fronteira.”

Indagado sobre o desdobramento dessa operação Caça-Pobre, o ministro afirma que tem estudado algumas alternativas para combater a pobreza no Rio e no resto do Brasil: “A exemplo do que meu amigo Pato Donald Trump pretende fazer na fronteira com o México, planejo rodear as favelas com arame farpado e cerca elétrica. Aos poucos os pobres vão morrer à mingua e a gente acaba com a pobreza de uma vez por todas”.