O genial Tom Jobim tinha uma teoria sobre o chato bem própria. Ele dizia que o chato adora contato de pupila. Por isso ele, que tinha uma mesa cativa nos
fundos do restaurante Plataforma, no Rio, sempre usava óculos escuros, fosse de dia ou de noite. Contava que certa feita, no avião, ele ostentava seus óculos
escuros e um jornal, que lia do princípio até o fim da viagem. Mas sentiu vontade de ir no banheiro. Soltou o jornal e, ao voltar, o cara sentado a seu
lado perguntou: “Estou lhe reconhecendo: você não é aquele cantor Antônio Carlos & Jocafi? Ele, em cima da bucha: “Não, meu senhor. Eu sou o Tom &
Dito”.

Agora vamos aos chatos mais comuns:

 

1) Chato come-come – O cara que garante que não há mulher que, depois de 10 minutos de papo, ele não consiga comer. Até chegar em casa e
encontrar a esposa com um urso escondido no guarda-roupa. Conta-se que num dos festivais de humor do Piauí, um conhecido cartunista
pernambucano veio com esse papo de pegar a mulher na primeira cantada.

O chargista Adão Iturrusgarai, muito gozador, o desafiou, depois de arriar as calças e mostrar a bunda: “Me come, fulano!” Para riso geral.

2) Chato sabetudo – É a pessoa que vai de piadista a médico, depois a físico atômico, especialista em assuntos criminais ou em literatura. Quando
alguém da mesa explica algum assunto, ele sempre expressa um ponto de vista exatamente contrário a fim de desqualificar o falante. E diz que apenas
está fazendo uma “crítica construtiva”.

3) Chato centopeia – Parece contar com mais de 100 pares de pernas para correr atrás de alguém por ruas, shoppings, aeroportos, e até no exterior, a fim
de aborrecê-lo até o limite da insanidade com suas asneiras.

4) Chato amigável – Gente que, no segundo minuto, está te chamando pelo apelido. No segundo encontro usa diminutivos para se referir a você, e no
terceiro se acha seu irmão. Lembra aquele cara que fala de teus defeitos como se fosse um elogio, te deixando com um sorriso amarelo, por não conseguir se
defender. Eu conheci um assim. Certa vez na minha repartição chegou um senhor com uma deformação na coluna, que o pessoal chama de corcunda.
Esse chato já o conhecia an passant. Então ele desferiu seu golpe mortal: botou a mão no ombro do rapaz e mostrou para os presentes: “Estão vendo
esse amigo aqui? Ele tem essa radiola nas costas, mas é um cara feliz. É ou não é, amigo?” O rapaz balançou a cabeça em sinal de positivo e saiu em
direção ao elevador, com um sorriso amarelo nos lábios.