(Por Ivan Pé-de-Mesa)

Conheci “Sir” Branchu numa mesa da Livraria Shakespeare, do Quartier Latin de Paris. Ele estava degustando uma garrafa de absinto (o famoso
Diabo Verde), juntamente com Picasso, Gertrude Stein, Hemingway e um conhecido mendigo das redondezas. Ali, ele pregava suas leis para esses
discípulos fiéis. Falei “sir”, pelo fato do nosso biografado ter sido homenageado pela Rainha Vitória, pelos seus conselhos sexuais à
juventude britânica.

Do alto de sua modéstia ele declarava: “Quando o Lá de Cima mandar sacrificar todos os jumentos do planeta, Branchu vai na última carrada”.
Como pode-se ver, a exemplo de Pelé, ele, modestamente, se referia a si próprio na terceira pessoa.

Contam as Sagradas Escrituras apócrifas (nos seus testículos de 24 a 69), que Branchu teria nascido na distante Cochinchina Maior, em dia e ano
não sabidos. Em suas cercanias, ele, já aos cinco anos, pregava seus ensinamentos aos mestres da lei. Entre seus aprendizes, constam o Dalai
Lama, Buda, o Mahatma Gandhi e Nelson Rodrigues.

Abaixo, você pode desfrutar as 10 (dez) Leis de Branchu:

1 – Tudo come tudo;
2 – se ferradura desse sorte, burro não carregava carga;
3 – não adianta balançar: o último pingo é da cueca;
4 – os últimos serão os derradeiros;
5 – masturbação, um vício de que não se pode abrir mão;
6 – sejamos criativos: pecado, só original;
7 – cautela, caldo de galinha e um colete à prova de balas não fazem mal a ninguém;
8 – o pior cego é o faz que não te vê;
9 – o homem é único animal que pensa que pensa;
10 – Alho por alho, dente por dente.