A CHEGADA DE BOSTONAURO AO INFERNO

Seu moço preste atenção
Pois o causo é muito sério
Bostonauro teve um sonho
Todo cheio de mistério
Que ia pro paraíso
Em um dia do Juízo
Fugindo do cemitério

Chegando à frente de Deus,
Que consultou Seu caderno,
Tangeu de pronto o herege
Do paraíso Paterno
Mandou pra aquele lugar
E pelo breu navegar
Até cair no inferno

O diabo não esperava
Viu o Bolzo e teve um choque:
“Agora vou te arrombar
Interrompeste meu rock
Da minha banda infernal
Vou te fazer muito mal
E lascar teu quirrimboque

Se tu sabes o que é isso
Vais querer voar pro limbo
Pois aqui vais conhecer
Como é o meu carimbo
É pau pra comer sabão
Vou empurrar com a mão
O fumo no teu cachimbo”

Bostonauro disse “Êpa!
Sou mais tinhoso que tu
És manso igual gatinho,
Ou bebê que faz ‘glu-glu’
Vou te esfriar o braseiro
E chutar o teu traseiro
E receber meu Exu”

Ouvindo isso o Capeta
Começou a estrebuchar
Tremia só uma vara
Começou a se cagar
Rodava nem carrossel
E dizia “eu vou pro céu
Aqui não é meu lugar”

Trezentos diabinhos novos
Saíram em disparada
A mãe diaba também
Arribou toda cagada
E Bostonauro sorria
Implantou a anarquia
Depois ria em gargalhada

E espalhou endemias
De Covid e de caxumba
Jogou brasa na cerveja
Daquele diabo corcunda
Botou dupla sertaneja
A cantar sua peleja
No meio da barafunda

Assim termina essa história
Que só o inferno sentiu
Mas o Bolzo foi bonzinho
Chamou o capeta vil
E deu-lhe aperto de mão
Nisso chamou o capeta
A embarcar pro Brasil.

“Naquela porra eu mando
Já que sou o presidente
Vais trabalhar com o Guedes
Que anda meio demente
O Mourão é o meu vice
Mas é meio displicente
Tu mandas Exu Caveira
Para ser seu assessor
E ele se torna diligente

Já o Edir não precisa
Esse é um cão varonil
O Malafaia também
Vale por todo um canil
Mas se eu dançar nesse pleito
Irás perder meu respeito
Vais pra puta que o pariu”.